Clube dos Vigias

terça-feira, 21 de novembro de 2017

De Fã para Fã | O Justiceiro - 1ª temporada


As cicatrizes elas são feridas que por mais que tenham se fechado estão ali para mostrar como elas surgiram. As cicatrizes nunca se curam.  A nova série da parceria entre a Marvel e a Netflix  “Marvel o Justiceiro“ fala exatamente sobre essas cicatrizes abertas que mesmo com passar do tempo nos lembram de um passado que não queremos  lembrar mais, mas que nos atormentará para sempre seja ele bom ou ruim.


Esse  é o dilema de Frank Castle (Jon Bernthal) que após os incidentes da segunda temporada de Demolidor resolveu dar um tempo e se esconder. Enquanto todo mundo pensa que ele está morto  ele tenta superar a dor da perda da sua família e todo o trauma vivido durante o período que era fuzileiro na guerra do Afeganistão.
 Ele escolheu o silêncio e a solidão, mas a confusão sempre acaba encontrando o justiceiro ali adormecido seja numa construção ou numa lanchonete.

E quando ele abandonou sua vingança pessoal, mas seguia atormentado pelas lembranças, o solitário ex fuzileiro é encontrado pelo ex analista David Liebman (Ebon Moss-Bachrach), o Micro. Ele descobriu algo sobre uma missão da qual Frank fez parte no oriente médio e por isso teve que se fingir de morto por um ano para não colocar sua família em risco. Ele vê em Frank uma chance de redenção  e Frank  vê nele uma chance de encontrar as respostas sobre os fantasmas do passado. 

Ao mesmo tempo somos apresentados a novos personagens como os agentes da segurança nacional Dinah Madami (Amber Rose Revah) e Sam Stain (Michael Nathanson) que investigam uma morte que tem ligação com as operações secretas realizadas pela equipe de fuzileiros no oriente médio.


Apesar de preferir ficar sozinho, Frank tem duas pessoas de extrema confiança as únicas, até então, que sabem que ele está vivo. Uma delas é a jornalista Karen Paige (Deborah Ann Woll), ex-namorada de Matt Murdoch. O outro é um ex-paramédico dos fuzileiros Curtis Hoyle (Jason R. Moore) que agora vive organizando grupos de apoio de para ex militares aprenderem a lidar com seus traumas.

Transtorno de Stress pós traumático é um tema recorrente na série e mostra como isso combinado ao abandono das forças de governo ao jovens sobreviventes  e o debate sobre o direito ao armamento podem causar ambientes perigosos. Sejam para vigilantes em busca de vingança ou seja para jovens atormentados que não querem sair da zona de guerra.

Quanto aos vilões saem os mafiosos clássicos dos quadrinhos e entram membros da cia e ex militares com interesses escusos e acessos a governo e opinião publica. 


Vemos nessa primeira temporada um Frank dramático vivendo todo o trauma da perda de sua família e ao mesmo tempo sendo brutal e violento como nunca.
Um homem disposto a matar e sem medo de morrer e principalmente disposto a fazer qualquer coisa por aqueles que confia. Jon Bernthal encontrou o tom perfeito para mostrar o drama, a brutalidade e o humor negro do personagem.

Toda a violência e as referencias aos quadrinhos estão lá seja no furgão ou na saudação de Micro. 
Quanto ao futuro do personagem em direção a uma segunda temporada são como as cicatrizes do vilão Billy Russo  (Ben Barnes) estão marcadas a espera de um novo acerto de contas. E mesmo que se esconda por um tempo Frank sempre voltará para cobrar.