Com o Universo Cinematográfico da Marvel crescendo cada vez mais, e sem indícios que o cabeça de teia um dia poderia integrá-lo, nós, fãs, ansiávamos pela construção de um “Aranhaverso” separado no cinema, e “O Espetacular Homem-Aranha 2” dava sinais que as pontas soltas deixadas pelo primeiro filme poderiam resultar em algo maior.
Uma combinação perfeita de ação, efeitos especiais fantásticos e algumas tiradas de comédia clássicas do teioso abre o segundo filme de Andrew Garfield como “Homem-Aranha”. Com total aproveitamento da tecnologia 3D, somos levados para um espetáculo visual de um capítulo da vida do Homem-Aranha, e deslumbre com as cenas podem até nos confundir quanto a qualidade da trama do filme.
Iniciando logo com a formatura de Peter Parker no colégio, a trama repete os equívocos de “Homem-Aranha 3” ao valorizar o desenvolvimento dos vilões, deixando, então, a carreira de Peter de escanteio no filme. Para ele só há espaço para a continuação de seu autodescobrimento e buscas por respostas em seu passado, que apesar de coerente com o filme anterior não é o suficiente para sustentar o filme. Os problemas cotidianos da vida dupla não são explorados, e apesar de ser citado, falta um J. Jonah Jameson gritando com Peter sem precisar de um motivo muito bom para isso.
Já que não teve muito espaço para Peter Parker, é de se imaginar que o vilão possa ter sido bem desenvolvido, mas não é isso que acontece com Max Dillon/Electro. O personagem apresenta motivações fracas e mesmo a atuação de Jamie Foxx não se mostra dedicada. Por outro lado, a dedicação nos efeitos visuais do personagem impressiona, fazendo-nos refletir se não foi um desperdício investir em tantos efeitos para um personagem de pouca presença.
Também temos a volta de Harry Osborn, agora interpretado por Dane DeHaan, para a vida de Peter Parker. E ao achar que teremos algumas perguntas do filme anterior respondidas, quanto a Norman Osborn, na verdade somos apresentados a mais perguntas sobre o possível Duende Verde. Com uma motivação melhor que a do vilão que dá título ao filme, mas com uma atuação pouco convincente, somos surpreendidos com o repentino aparecimento de Harry como o novo Duende Verde, que nos faz perder a fé em filmes com mais de um vilão.
Dirigido novamente por Mark Webb, a continuação acerta mais uma vez nos efeitos e no tom dramático, mas desanda consideravelmente no desenvolvimento do enredo e dos personagens. É curioso pensar que estas falhas foram cometidas por roteiristas experientes, Alex Kurtzman e Roberto Orci, responsáveis pelos recentes filmes de Star Trek. E talvez seja injusto julgar o trabalho que não foi concluído corretamente, já que as planejadas continuações foram canceladas. Nunca saberemos se tinha uma justificativa para que a trama tenha sido desenvolvida desta forma no filme, e se possivelmente toda a expansão prometida iria corrigir os erros de percurso deste segundo filme.
Mas mesmo com todos esses problemas, o filme ainda fascina o espectador pelo seu visual, e acaba sendo uma boa opção para um momento de entretenimento descompromissado. Além das edições em DVD, Blu-Ray e Blu-Ray 3D, o filme agora pode ser adquirido na coleção com todos os 6 filmes do Homem-Aranha, que será lançada no próximo dia 25 de outubro, em DVD e Blu-Ray.