Não demorou muito para que o sucesso de “Homem-Aranha” (2002) começasse a render frutos. Dois anos depois já chegava as telonas “Homem-Aranha 2”, trazendo Dr. Octopus como antagonista o filme conseguiu superar o seu predecessor em diversos aspectos.
A trama do filme já traz um Peter Parker mais maduro, agora na faculdade, tentando conciliar estudo, trabalho (e “bicos”) e a sua rotina como Homem-Aranha. Agora, sem a necessidade de transparecer muito a inocência de um jovem impopular do colégio, Tobey Maguire se sai melhor na interpretação do protagonista. Por outro lado, vemos uma Mary Jane mais rasa e, apesar de um aparente sucesso na carreira, mostra que não sabe muito o que quer. Neste contexto, a atuação de Kirsten Dunst também não ajuda, mesmo sendo difícil dizer se o problema está com ela ou com a falta de desenvolvimento da personagem.
O primeiro trunfo do filme está em Harry Osborn, amigo do colégio de Peter, que terminou o filme anterior acreditando que o Homem-Aranha foi o responsável pela morte de seu pai. Assim, o clima de tensão estabelecido entre Peter e Harry faz com que a película prenda a sua atenção. Harry assumiu os negócios do pai e está apostando tudo numa pesquisa energética revolucionária, comandada pelo cientista Dr. Otto Octavius, o segundo trunfo de “Homem-Aranha 2”. Quando uma catástrofe acidental mata a esposa de Octavius, suas motivações passam a ser controladas por um dispositivo de inteligência artificial e Harry vê o seu investimento ser destruído, eles vão usar os seus últimos recursos para destruir aquele que consideram o responsável por trazer tamanho sofrimento: o Homem-Aranha.
Sam Raimi volta a direção, mas desta vez o roteiro é assinado por Albert Sargent, que não havia trabalhado com filmes do gênero até então. O desenvolvimento da trama ainda contou com a colaboração de Michael Chabon, Alfred Gough e Miles Millar, sendo que esses dois últimos já haviam trabalhado com a temática de super-herói em “Smallville”. Este trabalho feito por muitas mãos conseguiu entregar um filme que beira a perfeição, seja pela sua continuidade, trama ou referências. Mas é imprescindível falar que isso só foi possível graças ao excelente trabalho da equipe de efeitos especiais, que mais uma vez permitiram que as cenas de ação atingissem a gloria visual, não só pela maestria na concepção dos tentáculos mecânicos do vilão, bem como pelas cenas nauseantes do balançar do teioso entre os arranha-céus.
Muitos consideram o melhor filme do Aranha e por muito tempo certamente foi, mas ainda teríamos muitas surpresas pela trajetória cinematográfica do cabeça de teia. O filme teve uma versão estendida lançada no mercado de Home Entertainment como “Homem-Aranha 2.1”, onde temos cerca de 8 minutos de cenas extras. O DVD desta edição já é uma relíquia dos colecionadores e praticamente impossível de ser encontrado, porém qualquer edição em Blu-Ray do filme já inclui a possibilidade de assistir a versão 2.1. “Homem-Aranha 2” pode ser adquirido em suas diversas versões, incluindo o novo box com os seis filmes do Homem-Aranha, em DVD com a versão de cinema e em Blu-Ray com a versão de cinema e versão estendida.